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Castanheiros do Courel


Os castanheiros de Courel são em muitos dos casos exemplares centenários e todos os que nos trabalhamos conservam as variedades tradicionais das que podemos citar as seguintes: Parede, vila-chã, branca, vermelha, verdeal, amarelal e negreinha. A branca, a nossa castanha principal é a que marca a diferença dos soutos de Froxam, Castro Portela e Vilar em que nós andamos.

O Castanheiro da o fruto, mas requer os seus cuidados
O castanheiro cultivado para além da monda do chão (roçar fentos, silvas, uzes,...) precisa de ser podado e demoucado periodicamente (poda de vigas e cabeças), para obter uma quantidade ajeitada de fruto e para extender o tempo de vida da árvore. Um excesso de madeira velha impede a renovação dos castanheiros, debilita-os e favorece que acabem por cair ou quebrar ao meio.


















1 Exemplo de queda de castanheiro por não podá-lo

2 Em muitos dos casos arrastam ao cairem outro castanheiro com eles num efeito dominó.

A poda ou demouca dos castanheiros pode-se classificar em três tipos de corte:
-limpar a "maleza", os pequenos ramos mortos, tortos ou em excesso que incomodam o desenvolvimento da árvore e do fruto quer desde o chão ou desde a cabeça da árvore.
-cortar o excesso de galhos mais gordos ou vigas tortas que nascem da cabeça e também limpar ou podar as vigas que ficarão para medrar e dar fruto e madeira
-demoucar as cabeças ou braços que irão quebrar proximamente danificando a árvore ou criando situações de perigo.
















Exemplo de limpar a maleza que está de mais.





























Exemplo de poda de vigas tortas ou limpeza em altura de uma viga




























Exemplo de demouca de braços que acabarão por deitar o castanheiro no chão.

Soutos limpos
















Souto limpo

Monda


O Castinheiro

O berço foi antes castinheiro.

O castinheiro, filho da terra, dá-nos sombra e alimento, porta, estrado, teito, leito e cadaleito; mesa e carro; a chuva no vento, a sombra na romaria; fiestra e assento, dorna e barca, arado e moinho. A casa é filha do castinheiro, do cume à masseira, do escano à tulha, do assoalho à teiga. Sendo árvore, o castanheiro abre pousada para os pássaros e mesmo deixa que o pinto verdeal fure, fure como berbequim do seu bico um ninho fundo na melhor das suas p
olinhas, e que as abelhas prendam o seu enxame numa das suas coverochas, e que numa das velhas buratas mostrem os seus olhos espreitadores o mocho ou a coruja.

O castinheiro, sem nada pedir, dá-nos até o trono real no real souto. E ainda há quem diga que a Trave de Ouro que ampara os transmundos, ser, diz-se que, ser, é-lhes de madeira de castinheiro.

Manoel R. Cerdeiriña in "O Souto, un ecosistema en perigo"

Texto da autoria de Manoel R. Cerdeiriña in "O Souto, un ecosistema en perigo",
ISBN: 84-4532068-8. Adaptado para grafia portuguesa neste web.


O Castinheiro na wikipedia